Blog

Entenda os impactos do coronavírus nos negócios e quais práticas corporativas são cruciais diante desse episódio

por:

ithsm

ithsm

Com mais de 118.000 pessoas infectadas ao redor do mundo e 4.200 mortes confirmadas, o Covid-19 tem gerado impactos nos mais diversos setores, da saúde à economia.

Segunda maior economia mundial, após o surto do coronavírus, a China submeteu cerca de 780 milhões de cidadãos a quarentena, fazendo com que os chineses não pudessem sair de casa sem uma permissão especial. Embora a medida tivesse como objetivo conter a propagação do vírus, a produção de bens de consumo, como telefones, roupas e automóveis foi praticamente interrompida.

Esse cenário evidenciou a dependência mundial da mão-de-obra chinesa, que não se limita ao sistema fabril. O mercado global encontra na gigante asiática a força de trabalho de engenheiros altamente qualificados, importantes fundos de investimento, prestigiada colaboração acadêmica, entre outros, fazendo com que o mundo todo sofra os impactos da epidemia.

Mas quais os reflexos do Covid-19 nos negócios e quais práticas corporativas são cruciais diante desse episódio?

Em um raro comunicado divulgado, a Apple (empresa de tecnologia mais valiosa do mundo), afirmou que reduzirá suas metas de receita neste trimestre. A Amazon, cujo negócio de comércio eletrônico depende do fluxo de mercadorias entre China, EUA e outros países, não divulgou nenhum aviso semelhante, mas está armazenando itens de fornecedores da China para se proteger contra futuras interrupções devido ao vírus.

Google, Facebook, Amazon e Microsoft restringiram viagens de funcionários à China, proibindo ou limitando a assuntos de importância crítica. Eles também estão pedindo aos trabalhadores que retornam da China que trabalhem em casa por até duas semanas.

Dell – Transferiu sua conferência anual de tecnologia para um ambiente virtual, devido a preocupações com o coronavírus. As palestras e algumas sessões acontecerão on-line, de acordo com a nota. A “Dell Technologies World” estava programada para 4 de maio, em Las Vegas.

Facebook – A empresa cancelou o F8, conferência de desenvolvedores e maior evento da empresa. É nela que o CEO, Mark Zuckerberg, atualiza o mundo sobre os avanços e desafios do Facebook. Após um funcionário do escritório de Seattle ter contraído o coronavírus, e empresa fechou sua sede de Seattle, com funcionários sendo incentivados a trabalhar de casa até, pelo menos, 31 de março. Zuckerberg afirma que continuará pagando aos funcionários que não puderem realizar o trabalho remotamente.

Google – A conferência anual de programação do Google, a Google I/O, que traz os novos produtos e iniciativas da empresa, também foi cancelada. Os escritórios na China continental, Hong Kong e Taiwan foram fechados.

Apple – Fechou temporariamente as 42 lojas que possui na China continental, um de seus maiores e mais importantes mercados. A gigante tecnológica precisou buscar novos fornecedores de peças depois que os fornecedores de Wuhan fecharam por conta do surto.

Uber – Suspendeu temporariamente cerca de 240 contas de usuários, no México, para impedir a disseminação do coronavírus depois que esses usuários entraram em contato com dois motoristas possivelmente expostos ao vírus.

A empresa de consultoria empresarial McKinsey recomenda sete ações que podem ajudar empresas de todos os tipos.

1- Proteja seus funcionários
A crise do COVID-19 tem sido emocionalmente desafiadora para muitas pessoas, mudando suas rotinas de maneira inédita. Então, tocar os negócios como de costume não é uma opção para as empresas. É possível começar elaborando um plano para apoiar os funcionários, seguindo as diretrizes mais conservadoras disponíveis entre as principais autoridades de saúde locais e globais. Algumas empresas, inclusive, estão ativamente comparando seus esforços com outras para determinar as políticas e os níveis corretos de suporte aos funcionários. Alguns dos modelos mais interessantes envolvem uma linguagem clara e simples aos gerentes locais sobre como lidar com o COVID-19 (de acordo com as diretrizes da OMS e outras de agências de saúde), fornecendo autonomia a eles, para que se sintam capacitados para lidar com qualquer situação de rápida evolução. Essa autonomia combinada com o estabelecimento de comunicações bidirecionais proporcionam um espaço seguro para os funcionários expressarem se estão se sentindo inseguros por qualquer motivo, além de monitorar a aderência a políticas atualizadas.

2- Crie uma equipe de resposta multifuncional Covid-19
As empresas devem solicitar ao CEO que lidere o esforço e nomeie membros de todas as áreas e disciplinas para colaborar. Além disso, na maioria dos casos, os membros da equipe precisarão sair de suas funções diárias e dedicar a maior parte do tempo à resposta do vírus. Alguns fluxos de trabalho serão comuns para a maioria das empresas:
a) saúde, bem-estar e capacidade dos funcionários para desempenharem suas funções
b) teste de estresse financeiro e desenvolvimento de um plano de contingência
c) monitoramento da cadeia de suprimentos, resposta rápida e resiliência a longo prazo
d) respostas de marketing e vendas a choques de demanda
e) coordenação e comunicação
Essas subequipes devem definir metas específicas para as próximas 48 horas, ajustadas continuamente. Bem como metas semanais, todas baseadas no cenário de planejamento acordado na empresa. A equipe de resposta deve instalar uma cadência e disciplina operacional simples que se concentre em resultados e decisões, sem tolerar reuniões que não alcançam nenhum deles.

3- Garanta que a liquidez seja suficiente para resistir à crise
As empresas precisam definir cenários adaptados ao contexto da empresa. Para as variáveis críticas que afetarão a receita e o custo, elas podem definir números de entrada por meio de análises e informações de especialistas. As empresas devem modelar seus dados financeiros (fluxo de caixa, P&L, balanço patrimonial) em cada cenário e identificar gatilhos que possam prejudicar significativamente a liquidez. Para cada um desses gatilhos, as empresas devem definir movimentos para estabilizar a organização em cada cenário (otimização de contas a pagar e receber, redução de custos, desinvestimentos e fusões e aquisições).

4- Estabilize a cadeia de suprimentos
As empresas precisam definir a extensão e a duração provável de sua exposição na cadeia de suprimentos a áreas que estejam vulneráveis, incluindo fornecedores de níveis 1, 2 e 3 e de estoque. A maioria das empresas está focada principalmente na estabilização imediata, uma vez que a maioria das plantas chinesas está atualmente no modo de reinicialização. É também preciso considerar o racionamento de peças críticas, a pré-reserva da capacidade ferroviária/de transporte aéreo, usando o estoque pós-venda como uma ponte até a produção reiniciar, ganhando prioridade de seus fornecedores e, é claro, apoiando a reinicialização destes. As empresas devem começar a planejar como gerenciar o suprimento de produtos que possam, à medida que a produção voltar a funcionar, ver picos incomuns na demanda devido ao armazenamento. Em alguns casos, a estabilização de médio ou longo prazo pode ser necessária, o que exige atualizações para o planejamento da demanda, maior otimização da rede, busca e aceleração da qualificação de novos fornecedores. De qualquer forma, isso pode ser aconselhável, na ausência da crise atual, para garantir a resiliência em sua cadeia de suprimentos – um desafio contínuo que a situação do COVID-19 claramente destacou.

5- Fique perto de seus clientes
As empresas que enfrentam melhor as rupturas do mercado são bem-sucedidas porque investem em seus principais segmentos de clientes e antecipam seus comportamentos. Na China, por exemplo, a demanda do consumidor diminui, mas não desaparece – as pessoas mudaram dramaticamente para compras on-line de todos os tipos de bens, incluindo alimentos e entrega de produtos. As empresas devem investir no on-line como parte de seu esforço para a distribuição omnichannel; isso inclui garantir a qualidade dos produtos vendidos na internet. Vale ressaltar que as preferências modificadas dos clientes não costumam voltar às normas pré-surto.

6- Siga o planejamento
Muitas equipes de ponta não investem tempo para entender o que é necessário para planejar crises até que estejam em uma. É aqui que as mesas redondas e simulações são inestimáveis. As empresas podem usar simulações de mesa para definir e verificar seus protocolos de ativação para diferentes fases de resposta (planejamento de contingência, resposta em larga escala e outras). As simulações devem garantir que as funções de cada membro da equipe principal estejam claras, chamar os “elefantes na sala” que podem retardar a resposta e garantir que, no evento, as ações necessárias para a execução do plano sejam totalmente compreendidas e o investimento necessário esteja prontamente disponível.

7- Demonstre propósito
As empresas são tão fortes quanto as comunidades das quais fazem parte. É necessário descobrir como apoiar os esforços de resposta ao problema global – seja fornecendo dinheiro, equipamentos ou experiência. Algumas empresas, por exemplo, passaram a produzir máscaras e roupas médicas.

A crise do coronavírus é uma história com um final pouco claro. O que está claro é que o impacto humano já é trágico e que as empresas devem proteger seus funcionários, enfrentar os desafios e riscos dos negócios e ajudarem a mitigar o surto da maneira que puderem.

Receba mais conteúdo sobre o assunto do artigo!




Compartilhe

Mais Postagens