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Modelo de jornada: como os países majoritariamente imunizados estão lidando com a retomada

por:

Caroline Verre

Caroline Verre

“Se você pode ir a um restaurante na cidade de Nova Iorque, você pode vir ao escritório”. Com essa fala polêmica, o CEO da Morgan Staley, James Gorman, suscitou um debate sobre qual modelo de jornada pós-pandêmica as empresas adotarão: totalmente remoto, híbrido ou office based.

Durante a conferência anual do banco, transmitida pela internet, o presidente da instituição financeira ainda ameaçou ainda cortar os salários daqueles que não retornem ao modelo presencial até setembro. “Se você quer receber um salário de Nova York, você precisa trabalhar em Nova York. Sem mais isso de estar no Colorado e ser pago como se estive em Nova York. Desculpe, isso não funciona”.

De acordo com Gorman, é no escritório que o banco desenvolve as pessoas e onde os estagiários aprendem. E, ao que parece, há quem concorde com esse pensamento.

O JPMorgan, por exemplo, começou a dar as boas-vindas aos funcionários de volta ao escritório na segunda quinzena de maio, com um limite de 50% de ocupação. Mas a expectativa é de que todos os funcionários baseados nos EUA estejam de volta ao trabalho presencial no início de julho – em horários rotativos para cumprir o limite de ocupação.

Entre as big techs há os que seguem apostando na flexibilização, outros nem tanto. Twitter e Spotify anunciaram a adoção do modelo de trabalho flexível permanente. Enquanto para o streaming musical e de podcast a nova estratégia ocupacional permite que seus 6.550 funcionários globais escolham como desejam trabalhar, o Twitter foi um pouco além.

“A abertura dos escritórios será decisão nossa. Quando e se nossos funcionários voltarão, será decisão deles”, disse Jennifer Christie, vice presidente e chefe de RH do Twitter.

Tim Cook, da Apple, disse em comunicado que “sentia falta do zumbido da atividade” e que os trabalhadores deveriam estar no escritório pelo menos três dias por semana até setembro, especificando quartas e sextas-feiras como possibilidades para o trabalho remotamente. Houve controvérsias sobre o posicionamento já que circula entre os funcionários uma carta afirmando que a política da Apple já havia “forçado alguns de nossos colegas a pedirem demissão”.

No mês passado, a Amazon disse a seus funcionários que eles deveriam trabalhar no escritório pelo menos três dias por semana, com os dias específicos a serem decididos pelas equipes de liderança.

O Google adotou o modelo híbrido, com a maioria dos funcionários trabalhando office based três dias da semana e nos outros dois dias onde julgassem ser melhor. Segundo o presidente-executivo da gigante, Sundar Pichai, o futuro do trabalho é a flexibilidade”.

A Netflix por sua vez não vê nenhum aspecto positivo em um ambiente de trabalho remoto. “Não poder estar em contato presencial, especialmente internacionalmente, é uma puramente negativo”, afirmou o co-CEO da empresa, Reed Hastings.

Com o percentual de pessoas vacinadas com 2 doses contra o COVID19 abaixo dos 15% por aqui, essa discussão ainda soa como uma preocupação distante da realidade brasileira. Mas rende reflexões sobre como a retomada corporativa se dará.

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