Quantas vezes você já não usou o argumento de “falta de recursos” como justificativa para uma meta não atingida, uma ideia que não saiu do papel ou até mesmo aquela viagem que não aconteceu? Dinheiro, tempo, equipe, conhecimento, entre outros itens, são sempre escassos frente as nossas necessidades e daquilo que entendemos como ideal diante dos nossos desafios, certo? Não para Scott Sonenshein, autor do livro “O poder do menos: o segredo da alta produtividade”, considerado por ninguém menos que Jim Collins como provocativo e criador de um desconforto construtivo.
Sua obra, que tem Stretch como título original, defende a “mentalidade elástica”, definida pelo autor como:
“Um conjunto de atitudes e habilidades que se aprende e sua origem está em uma mudança simples, mas poderosa: deixar de querer mais recursos e agir de acordo com as possibilidades proporcionadas pelos recursos já disponíveis”.
Uma forma de exemplificar a teoria do autor é imaginar que precisamos pregar um prego na parede, mas não temos um martelo. Segundo Sonenshein, a maior parte do nosso tempo e energia é gasta procurando por ferramentas, e não batendo os pregos na parede. Sem a ferramenta certa, ficamos perdidos. Quando os outros têm ferramentas melhores, não só nos sentimos mal como também concluímos que não conseguimos fazer o que é preciso com uma caixa de ferramentas mal-equipada.
Na opinião do autor, as pessoas que esticam os recursos rotineiramente, que ele chama de esticadores, exploram o que mais podem fazer com o que têm, em vez de perguntar o que está faltando.
“Minha pesquisa explica como pessoas e organizações podem expandir seus recursos para obter grandes conquistas e sentirem-se realizadas – como podem tornar-se elásticas – seja adaptando-se a mudanças importantes, realizando rotinas diárias ou construindo carreiras e vidas significativas”.
O oposto do esticador é o perseguidor, pessoa que sempre busca mais recursos e têm dificuldade de fugir da máxima “mais recursos, melhores resultados”. Segundo Sonenshein, essa abordagem é intuitivamente reconfortante. A relação parece natural: quanto mais você tem, mais pode fazer e melhor vai se sentir. Porém, por mais que esse sentimento seja sedutor, ele falha em produzir melhores resultados porque nos leva a procurar recursos de que não precisamos e a não prestar atenção ao potencial dos recursos que já temos.
Arrisco dizer que sou uma esticadora, até porque 100% da minha experiência profissional foi construída em startups e scaleups, ambientes em que a escassez de recursos é premissa de trabalho. A verdade é que montar quebra-cabeças faltando peças é uma das coisas que eu mais gosto de fazer, pois liberta meu potencial criativo e me obriga a olhar os problemas por novas perspectivas.
E você? É um esticador ou um perseguidor? Que tal descobrir direto da fonte? Scott Sonenshein estará no Brasil nos dias 05 e 06 de junho no Leadership Summit, evento organizado pela HSM que reunirá em São Paulo líderes das principais organizações do país.
Te vejo lá?
Gabrielle Teco, Head de Vendas, Marketing e RH na Gesto Saúde e Tecnologia
Jornalista de formação e curiosa por convicção, escrevo e palestro sobre coisas que me interessam. Técnica em nutrição, pós graduada em marketing, trabalhei por quase 10 anos em startup, passei pelas melhores universidades do país e já vivi uma experiência incrível em Stanford. Este ano assumi novos desafios na Gesto, uma scale-up com o selo Endeavor, e estou amando trabalhar por um propósito incrível: trazer sustentabilidade para o setor privado de saúde no Brasil!