De todos os ensinamentos que aprendemos na vida, seja na escola, seja com nossos pais, ninguém nos prepara para o pior: o fracasso. Na escola, você precisa ser o melhor da turma, tirar notas altas, participar de todos os debates. Na faculdade é exatamente o mesmo, é preciso se destacar.
Entretanto, por melhor que você seja, quando sair para o mercado de trabalho e tiver de colocar em prática tudo aquilo que aprendeu em todos seus anos de estudo e dedicação, o fracasso baterá com tudo em sua porta. E, se você não tiver a coragem de abrir e convidá-lo para um café, pode acabar se tornando uma pessoa frustrada.
Além de a maioria das pessoas crescer sem aprender a lidar com isso, as mídias e redes sociais acabam agravando essa situação. Afinal, poucos empreendedores, por mais sucesso que consigam em suas carreiras, mostram os desafios e momentos difíceis que os fizeram alcançar a vitória. Os erros, que fazem parte de qualquer organização, ficam escondidos embaixo do tapete, nos bastidores, e quase ninguém gosta de se lembrar deles, ou contar quantas vezes falhou em um processo até chegar aonde chegou.
Entretanto, não há nada que possa prejudicar mais a performance de uma equipe como não assumir o fracasso de um projeto. Esse pode ser um dos piores erros de gestão dos últimos tempos. Ed Catmull, presidente e cofundador da Pixar, afirma que, para construir uma equipe criativa, é preciso aceitar as falhas e saber aprender com os erros.
“A dificuldade em aceitar as falhas como parte dos processos é um dos principais fatores de bloqueio criativo. Insistir em criar projetos e ideias perfeitas demanda mais tempo e impede que se assumam riscos, algo essencial para criar coisas que ninguém fez antes”, declara Ed Catmull.
As transformações digitais fazem com que atualmente vivamos num mundo cheio de desafios e que muda de forma cada vez mais ágil. Todas essas mudanças só geram inovações após muitas tentativas e erros. A maioria das soluções para os problemas que vão surgindo exige reconhecimento prévio das falhas cometidas. Mas você não procura novas alternativas se achar que está no caminho certo. Por isso, a busca por inovação e criatividade requer a humildade de reconhecer os erros e a coragem para transformá-los em acertos.
“Você precisa tentar alguma coisa. Se não funcionar, você corrige. É mais fácil consertar uma falha do que a evitar a qualquer custo”, acrescenta Catmull.
Carol Dweck, pioneira no estudo sobre desenvolvimento pessoal e personalidade, também autora do livro Mindset: a nova psicologia do sucesso, defende que as qualidades humanas e as habilidades intelectuais podem ser cultivadas por meio do esforço. Muita gente cresce achando que ou você é inteligente ou não é. Essa cultura vem do processo de aprendizagem que vê o erro ligado à falta de competências em fazer algo certo. É preciso mudar esse mindset e entender que, como diz aquele velho ditado, é errando que se aprende! E não só aprende, como também inova.
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