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Empresas aceleradas ou empresas com performance?

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O paradigma da aceleração está cada dia mais presente em nossa sociedade e no contexto organizacional. Queremos sempre as coisas mais rápidas, de forma mais ágil e instantânea. Estamos, de fato, no mundo VUCA (Volatility; uncertainty; complexty, ambiguity).

Toda essa agitação, aceleração e quase frenesi social tem levantado uma questão importante e produzido uma confusão, principalmente, para os líderes que incorrem no erro de pensar que fazer mais rápido significa, fazer melhor.

Mas qual é a questão e a confusão mesmo? A questão é: como produzir com mais qualidade em menor tempo? E a confusão é que, às vezes, se pode confundir produzir melhor com produzir mais. Vamos pensar de maneira mais aprofundada sobre isso?

O modelo aceleratório da contemporaneidade baseado no binômio progresso-crescimento têm gerado em muitas empresas e líderes a ideia de que se eles não expandirem exponencialmente os seus portfólios de produtos e serviços eles acabarão ficando para trás. Entretanto, ao assumirem esta lógica sem, cuidadosamente, analisarem as condições necessárias, ao invés de crescer, estas empresas e estes líderes estão se tornando cada vez mais frágeis.

Neste artigo buscarei fazer uma distinção entre empresas aceleradas e empresas com performance buscando mostrar que, muito embora, na superfície elas possam parecer semelhantes existem grandes diferenças entre elas.  

Empresas aceleradas são aquelas que colocam o seu foco no volume de vendas de produtos e serviços. São as chamadas empresas prateleiras, conhece? Não, explicarei melhor.

Empresas prateleiras são aquelas que acreditam que o seu estabelecimento será mais procurado e visitado se a gama de produtos presentes em seu interior for maior. Daí as prateleiras. Elas, são aquelas empresas que ficam o tempo todo correndo atrás de novidades no mercado para que as suas prateleiras estejam mais diversificadas.

Com isso, estas empresas necessitam constantemente de aceleração, pois como sabemos, a velocidade de produtos e serviços disponíveis no mercado é cada vez maior e mais diversa e não há prateleiras nem capital de investimento que consigam abarcar toda esta diversidade.

Essas são as empresas aceleradas. Elas se parecem muito ao coelho daquele livro infantil, o Alice no país das maravilhas, que fica o tempo todo correndo de um lado para o outro sem saber ao certo o que deve fazer e onde deseja chegar.

Um outro modelo de organização é o baseado na performance. Estas são mais raras e focam as suas energias em criar uma experiência significativa capaz não apenas de as colocarem como líder em seu mercado, mas também, de criar os mercados para os seus produtos ou serviços.

Contudo, a grande diferença entre uma empresa acelerada e uma empresa de performance está no “para onde elas olham” e no “como” elas se observam. Empresas aceleradas estão o tempo todo se comparando com os demais competidores no marketshare, empresas de performance estão buscando se tornar menos frágeis, robustecendo os seus propósitos e visões de mundo sem perder o foco no contexto no qual elas estão inseridas.

Esta diferença nuclear se traduz na capacidade que uma empresa possui de se reinventar, como no caso as empresas de performance ou então de ficar o tempo todo correndo atrás do tempo e do Market perdido, como no caso as empresas aceleradas.

Não obstante, se poderia perguntar: Como passar de uma empresa acelerada à uma empresa de performance? Seguem algumas sugestões.

1 – Desenvolva e cultive um propósito. Não adianta colocar a plaquinha de visão e missão, criar um texto bonito de propósito se você e a sua empresa não conseguirem responder a seguinte pergunta: O que nos move enquanto organização? Quanto mais material e rasa for a sua resposta, mais longe de uma empresa de performance você está. Empresas que visam apenas faturamento são, em geral, as que mais têm perdido dinheiro e mercado.

2 – Cultive experiências e não venda apenas produtos e serviços. Cada cliente que vai à sua empresa não a pode ver apenas com um armazém, mas sim, deve ver nela um lugar de soluções. Ninguém agradece um saco de pão por ele ser um saco de pão, mas sim, nós agradecemos e avaliamos a cordialidade, empatia e qualidade dos serviços de uma padaria. As pessoas estão casadas de produtos ou serviços, mas estão sedentas de e por experiências. Daí a reinvenção da publicidade nos últimos anos. 

3 – Mantenha o foco no essencial. E o que seria ele? O essencial são os meios, os fins, as pessoas e os processos necessários para que você produza na vida do seu cliente uma experiência significativa. Traduzindo: O que eu preciso fazer para que o meu cliente tenha o seu momento UAU? Por fim, a aceleração é viciante, porém, se não cuidada, produz muito desgaste e pouco eficiência. Uma empresa de performance não nasce da noite para o dia, mas se desenvolve por meio de um trabalho contínuo sobre a cultura organizacional. Não resolve investir em tecnologia apenas. Lembre-se, sistemas e softwares são linguagens que ,se não encontram um substrato organizacional, produzem mais dano do que soluções.

Gillianno Mazzetto é filósofo, PhD em Psicologia e co-founder da EiPsi

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