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É hora de inovar na gestão da supply chain

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[vc_row][vc_column][vc_column_text]Escrito por Guilherme Soárez, CEO da HSM Educação Executiva.

Peço licença para lhe fazer uma pergunta incômoda: como anda sua cadeia de fornecimento agora que o dólar se valorizou diante do real? Se sua empresa é brasileira, especialmente se for varejista, a resposta não deve ser muito animadora. Ao voltar-se para fornecedores de porte médio do mercado nacional, ela deve ter tomado um susto, encontrando muitos deles defasados, quando não sucateados.

Uma das lições desta crise, que alguns CEOs já estão entendendo a duras penas, é que não podem prescindir de uma supply chain brasileira que seja competitiva, mesmo para os dias em que o dólar voltar a cair, porque a economia é cíclica. Esses colegas só não decidiram ainda como vão fazer isso.

Já que o assunto é quente, e onde ainda não é #trendingtopic logo será, arrisco-me a fazer uma proposta: a competitividade deve ser promovida por meio da inovação– não tecnológica, mas em gestão.

Não faz muito tempo, contamos vários casos de inovação em supply chain em nossa revista, a HSM Management. Separei dois para citar aqui brevemente.

Em um deles, uma empresa de cosméticos multinacional criou uma segunda cadeia de fornecimento só para poder lançar produtos em alta velocidade. Agora, ela gerencia duas cadeias de fornecimento, uma convencional que lhe permite controlar mais os custos dos produtos com demanda mais constante, e outra voltada para a inovação.

No outro caso, dois e-commerces da China reformularam suas cadeias de fornecimento com foco em disponibilizar mais produtos e encurtar o prazo de entrega; fizeram isso para se adaptar a um comportamento recorrente do consumidor chinês, que encomenda o mesmo item de diversas lojas, fica com o que é entregue antes e devolve os outros (ai se essa moda pega…).

Não acho que seja possível fazer algo parecido com nenhum desses casos de inovação em gestão por aqui. Não por enquanto. Mas eles nos inspiram sobre a necessidade de pensar fora da caixa para inovar em supply chain. O mais interessante é que podemos encontrar a inspiração no Brasil mesmo. Compartilho com vocês duas experiências nacionais: uma do grupo Boticário e outra de lavra própria.

A inovação em gestão do Boticário ocorreu com seus distribuidores, os franqueados, e não com fornecedores, e foi contada por seus líderes Miguel Krigsner e Artur Grynbaum no palco da HSM ExpoManagement 2014. Preocupados com governança e com a estratégia de longo prazo das franquias, eles criaram o primeiro programa de sucessão de franqueados do mundo: O Futuro em Nossas Mãos. Esse programa auxilia franqueados a escolherem seus sucessores, por meio de palestras e consultorias especializadas, e é patrocinado pelo franqueador, já que os franqueados talvez não tenham nem visão nem condições para bancá-lo.

O Artur compartilhou alguns princípios do programa, como o de que ele ensina a aproveitar a experiência do franqueado inicial, dando-lhe um novo e relevante papel. “Sucessão bem feita faz com que as pessoas pioneiras assumam outros papeis; a interação entre quem entra e quem sai é o que faz o negócio crescer”, disse o CEO do Boticário na ocasião.

Minha história aconteceu quando fui executivo de uma grande rede de varejo. Tive a oportunidade de fazer uma inovação em gestão de supply chain ao liderar projetos de desenvolvimento dos nossos principais fornecedores. O objetivo é que eles fossem mais eficientes em seus processos, construíssem uma cultura de planejamento de longo prazo e aperfeiçoassem a gestão financeira e de fluxo de caixa. Em paralelo, trabalhei internamente para que nós nos comunicássemos melhor com esses fornecedores, construindo uma relação de confiança e aprendizado contínuo.

Os resultados foram muito significativos, na confiabilidade de fornecimento, na qualidade dos produtos e na geração de mais venda$$$.

Senti na pele a interdependência entre o varejo e seus fornecedores e aprendi que uma como saúde, automobilístico e construção, apoiando no desenvolvimento de sua cadeia de valor.supply chain forte, capacitada e realmente parceira constitui um diferencial competitivo poderoso para uma empresa.

Isso vale ainda mais em um contexto adverso como vivemos hoje e não se aplica só ao varejo, naturalmente. Nós da HSM temos dialogado e apoiado empresas líderes em setores

Assim, estou convencido de que desenvolver a supply chain é uma das maiores inovações que as organizações brasileiras podem fazer se querem ser competitivas.

Depois dela, poderemos pensar em uma segunda geração de inovação em gestão de supply chain no futuro, como seria ter uma cadeia exclusiva para lançamentos de produtos ou várias cadeias que permitam fugir da volatilidade de preços, combinando membros fornecedores estrangeiros e brasileiros. E certamente poderemos perder o medo da economia cíclica.

É possível pensar tão fora da caixa para supply chains no Brasil? Eu repetiria Obama em Cuba: ”sí, se puede”.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

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