Essa pergunta na verdade ordena as pesquisas de Markus Wiesner, sócio da Heidrick & Struggles, palestrante na 10ª edição do Digital On Board. O especialista em conselho destacou o quanto o principal fator é a complexidade e diversidade, não só na instituição, mas nos processos existentes dela.
“Um conselho de abrangência mundial possui a combinação de um ativo estratégico, performance alta e um grande olhar para o futuro”, destaca Markus. Por isso, a necessidade é, não só esperar para se tornar global para ser diverso: é combinar diferentes perspectivas para que se tornem fontes estratégicas de planejamentos complexos.
Nesse sentido, o especialista que atua de Dubai até Singapura, trouxe alguns apoios, na tentativa de mostrar para os conselheiros presentes de que maneira podemos começar a dar conta das necessidades que cada vez estão se mostrando aos conselhos.
De início, Markus passou a questionar quais são as tendências futuras que vemos em relação ao mundo e trouxe quatro pontos interessantes:
- Alcançar uma liderança balanceada: todo conselho precisa representar a empresa do início ao fim. As diretrizes de governança não podem ser tomadas desalinhadas com o tipo de liderança que está sendo formado e muito menos contrária aos processos. É necessário ter alinhamento e contínuo balanço para verificar a coerência.
- Construir uma habilidade digital: o conselho precisa ter o “right skillset” e as ferramentas para ver as grandes transformações em processos digitais. Ficará para trás aqueles que acharem que as decisões ainda podem ser tomadas com base na historicidade da empresa e do mundo. Não funciona. As coisas se transformaram e as soluções também são diferentes.
- Garantir um conselho efetivo consistente e estratégico: dinâmicas, habilidades e governança precisam ser convergentes e extremamente efetivas cada um em seu espaço necessário.
- Incorporar propósito e sustentabilidade nas tomadas de decisão: Não podemos esquecer e menos ainda ser resistentes à mudança sustentável. Foi-se a época em que poderíamos ter dúvidas ou fazer questionamento sem base científica. O sistema precisa de sustentabilidade e as pessoas precisam de propósito para trabalhar. A cultura mudou e isso precisa ser entendido.
Após estas tendências, Markus ainda trouxe diversos insights para lidar com esses desafios. Primeiramente destacou a procura constante de novos diretores que tenham um background que combine experiência tradicional e conhecimento que é novo para os conselhos. Junto a esta tendência, é preciso pensar no futuro, por isso: trazer novos diretores jovens para os conselhos e pensar em formas de sucessão contínua para que os projetos de governança possam dar certo.
Ao mesmo tempo, o especialista destacou a necessidade de olhar muito para a diversidade, principalmente na inclusão de gênero e raça. Como destacamos em outro momento, complexidade é a raiz para o entendimento e para novas oportunidades que ainda não foram enxergadas e Markus insiste nesse ponto para trazer desenvolvimento. Como alternativa, o sócio da Heidrick & Struggles destacou a necessidade de criar assentos temporários no conselho para trazer vozes de fora da organização.