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Como os especialistas em capital de risco enxergam a pandemia?

por:

ithsm

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De jornalista da Time Magazine a lenda dos investimentos de capital de risco na Sequoia Capital, Michael Moritz construiu uma respeitada biografia no mundo dos negócios.

Em artigo publicado no Financial Times, Moritz apresentou uma análise original sobre como a pandemia afetou determinados setores da economia, acelerando o crescimento de alguns e sendo fatal para outros.

Para discorrer sobre o artigo em que Moritz afirma que “o Covid-19 reformulou os contornos de nossas vidas”, entrevistamos representantes de dois dos principais fundos de venture capital do país: Daniel Chalfon, sócio da Astella, e Manoel Lemos, sócio-diretor da Redpoint Eventures.

Catapultados para o futuro – Em consonância com a afirmação de Moritz, de que “em março de 2020, muitas empresas avançaram rapidamente para 2025”, Lemos traz um case que endossa a fala do americano.

“Um exemplo interessante é o que empresas que trabalham com tecnologia em medicina e saúde estão experimentando. Para a Memed, uma de nossas empresas, que vinha há mais de seis anos construindo uma plataforma de prescrição eletrônica de medicamentos e lutando para que se adotasse de maneira completa (do consultório até a farmácia) este tipo de solução, as últimas semanas foram transformadoras.

No começo do ano, eles tinham apenas uma única farmácia numa espécie de piloto da experiência completa. Com a emergência do COVID-19, a necessidade ficou crítica e os reguladores trouxeram uma diretriz que validava a prescrição com um padrão para o Brasil todo. Semana passada, a empresa cruzou a marca de mais de 25 mil farmácias integradas à sua solução (que é gratuita para médicos e farmácias). As metas para 2020 e 2021 ficaram para trás!”, comemora.

Pés no chão – Segundo Chalfon, a crise forçou o mundo a repensar todos os aspectos do que costumava ser nosso cotidiano. Mas pontua que não podemos perder o foco em discussões abstratas sobre o mercado, e deixar de buscar soluções às questões que são urgentes e básicas.

“Espero que a pandemia nos impulsione na busca por soluções de problemas graves, e que são inadmissíveis em pleno 2020. É importante nos preocuparmos com os setores da aviação, hotelaria e alimentício – ramos fundamentais da vida contemporânea. Mas não podemos nos esquecer que 35 milhões de brasileiros não possuem acesso à água potável e que 48% da população nacional não dispõe de saneamento básico. As soluções tecnológicas podem e devem ajudar as pessoas com suas relações de trabalho e consumo, mas sem perder de vista a possibilidade de agir em conjunto com governos e sociedade na construção de um país justo para todos”, afirma.

Uma verdade inconveniente – Entre as interessantes percepções do sócio da gigante Sequoia Capital, uma se destaca. Para Moritz, o Covid-10 trouxe consigo duas grandes lições a líderes empresariais e políticos.

A primeira é que organizações podem se mover mais rapidamente do que jamais imaginaram ser possível. A segunda é que, aqueles que menosprezaram as advertências do vírus, estão lidando apenas com uma amostra de como será se continuarem ignorando as os cientistas sobre um flagelo muito maior à humanidade: a mudança climática.

Um convite à reflexão!

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