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“Ao falar de riscos, ter um nível de ceticismo dentro das empresas é sempre necessário”, declara executiva da Deloitte

por:

Caroline Verre

Caroline Verre

A tentativa de trazer questões de ESG encontra barreiras grandiosas nos últimos 20 anos, mas, cada vez mais, parece estar sendo aceita com novas oportunidades de negócios e gestões estão encarando como oportunidades de crescimento sobre o valor da organização.

Ao mesmo tempo, é necessário reconhecer que é uma luta contínua. O trabalho não é apenas uma decisão, mas um processo que precisa de fortalecimento e estratégias ativas para a continuação destes objetivos. Por isso, gerir é algo que exige sempre uma atenção e vários olhos atentos nos trabalhos e iniciativas que estão sendo tomadas.

Por isso, Laura Penna, Executiva de ESG da Deloitte, e Larissa Nakano, Responsável pelo time de Inovação da mesma empresa, destacaram a necessidade da resiliência, como potente arma que ajuda uma organização a reconhecer seus próprios parâmetros, diretrizes de conduta e, também, barreiras.

Na Jornada ESG promovida pela HSM, a manhã do sábado (17/06) no Learning Village teve como ponto central destacar essa inteligência emocional, que é a resiliência, e porque ela é um fator de ajuda nas situações do dia a dia.

Por definição, resiliência se tornou uma maneira de ver o mundo que engloba adaptação e capacidade de mudança, ao mesmo tempo que exige paciência, cuidado e tempo. Ser resiliente, no mundo dos negócios, é entender que há questões e problemas que vamos enfrentar, destacá-los e passar a viver com eles em nossa execução. Não como preocupações, mas como cuidados.

Então, há uma necessidade de entender o que há mais do que a própria empresa parece ser, por exemplo, entendendo que estamos sujeitos a crises. Talvez tenhamos que lidar com uma postura além das práticas cotidianas. Por isso, precisamos assegurar a transparência do que ocorre e enxergar as vulnerabilidades que estamos constantemente submetidos.

Evitar o risco e ter prevenção para gerir o risco é algo necessário, mais do que o não-reconhecimento das falhas que podem vir a acontecer, segundo Laura Penna. A resiliência serve para crescer, criar perspectivas que não estão submetidas e pode vir até a ser uma nova percepção de soluções dentro da própria empresa.

A resiliência como potência criativa

Entendendo essa pulsão e posicionamento que é a resiliência, podemos compreender que é uma maneira de se portar e enxergar todo o corpo – da organização e individual – nas condutas e ações que serão tomadas. Tentando criar uma visão maior, as especialistas Laura Penna e Larissa Nakano elencam cinco tipos de categorias que podem ser interessantes para analisar e implantar este tipo de pensamento nas organizações.

1. Resiliência de pessoas

Esta característica é a mais comum, que normalmente temos no uso diário. Se trata de entender como as organizações apoiam os seus próprios trabalhadores. Aqui é o momento de cuidar e dar vazão para a criatividade, investimento e ambiente para que as energias criativas aconteçam, mesmo que implique em processos de erros e aprendizados.

Mas isso não é apenas um posicionamento: é necessário instituir normas e condutas que mostrem comportamentos necessários, na tentativa de criar uma cultura correta para que este ambiente realmente permita uma resiliência pessoal.

Larissa Nakamura trouxe diversos cases, principalmente sobre diversidade nas empresas, que podem ajudar na complexidade, competitividade e percepção que pessoas de outros tipos de realidades e vivências, podem trazer para a organização.

2. Resiliência reputacional

Ter paciência e estar aberto às questões diárias exige um outro tipo de resiliência: uma abordagem corpórea e mental de um estado de espírito que consiga ser responsivo, entender as percepções externas, examinar os comportamentos de quem está ao nosso lado, assim conseguimos compreender o que está ao nosso lado.

Isso dará base para construir um capital de marca, além de entender as relações vinculativas que estão se estabelecendo, para entender as movimentações e pulsões. É nesse momento que se cria questões basilares de confiança e confiabilidade.

3. Resiliência operacional

Aqui já estamos falando de uma questão mais pragmática dos movimentos necessários. É hora de operacionalizar, sem recursos financeiros, mas transformando as situações das organizações que possam suportar, absorver, recuperar, adaptar e até regenerar por conta dos impactos que essa mudança criará.

É a capacidade dos gestores que está em jogo. Os ‘estresses’ são necessários pela mudança e vão afetar os produtos, serviços, dados, tecnologia, segurança, instalações e a oferta e demanda. Desenvolver é percorrer este caminho do estranhamento e do incômodo. Isso se torna benéfico ao longo do tempo, mas exige resiliência nestas mudanças para lidar com isso.

4. Resiliência financeira

Quais são os limites da operacionalidade? A questão monetária.

Uma organização tem uma capacidade finita de resistir aos eventos variados, porque precisa continuar sua capacidade produtiva. Algumas questões podem sim afetar a liquidez, ativos e renda, incluir alguns choques e os estresses já ditos. Mas a capacidade de ter esta resiliência financeira é dar espaço para que a mudança ocorra.

5. Resiliência ambiental

Por fim, e a mais importante, é tentar encontrar uma homeostase com o mundo. É necessário ter escolhas estratégicas que são boas para o meio ambiente e continuem sustentáveis para a organização. O olhar além da empresa é necessário e o impacto com o mundo é cada vez mais crucial para garantir nossa própria sobrevivência. 

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