Já não se discute mais a necessidade de que as empresas desenvolvam uma mentalidade digital para, a partir daí, tornarem-se elas mesmas digitais. “Estamos vivendo agora a transformação digital: todos conectados 24 horas a dispositivos móveis e à internet, em velocidade quase instantânea, com custos cada vez menores, levando a uma explosão de dados e informação disponível para todos. Isso tudo em um contexto global muito mais volátil e em transição”, explica Christian Orglmeister, sócio do Boston Consulting Group especializado em estratégia de crescimento.
Mas as empresas que se apressam nesse sentido costumam mergulhar em uma miscelânea de projetos e atividades sem antes ter desenvolvido uma compreensão clara do que querem obter e como planejam atingir essas metas. Por isso, afirma Orglmeister, é preciso planejar.
E esse planejamento, quando se fala em gestão de pessoas, implica na habilidade de desenvolver pessoas – indivíduos e profissionais – verdadeiramente digitais. “Pessoas que consigam trabalhar de forma colaborativa, não necessariamente de corpo presente. Sem cidadãos digitalmente capacitados, toda a sociedade perde por não alcançar os benefícios esperados na nova era digital”, afirma. Sem essas pessoas, completa, as empresas terão dificuldade de se beneficiar dos avanços mais recentes – que vão dos robôs à inteligência artificial, além dos novos modelos de negócio digitais.
Segundo uma pesquisa realizada pelo Gartner Group, 30% dos empregos em tecnologia não serão preenchidos em 2020 devido à falta de talentos digitais. Outra pesquisa, realizada pelo próprio Boston Consulting Group, aponta que mesmo hoje o maior desafio percebido em termos de tecnologia não é segurança de dados ou a necessidade de investimentos, mas a falta de funcionários qualificados. Para atraí-los, muitas empresas tradicionais estão tendo de se reinventar.
Para reagir a esse desafio, as empresas precisam construir novos pools de funcionários com habilidades digitais. E é então fundamental compreender quem são essas pessoas, onde podem ser encontradas e como podem ser atraídas e retidas. “Além disso, também é necessário conhecer quem pode ser aperfeiçoado na base de funcionários já existente”, complementa Orglmeister.
São quatro as perguntas que as empresas precisam responder para garantir que estão formando o melhor quadro digital possível:
- Quem está disponível no mercado e quem representa o talento digital central já atuante no negócio? Quais os novos perfis de profissionais e a quantidade de funcionários digitais exigidos em futuro próximo?
- Onde as pessoas necessárias em médio e longo prazos podem ser encontradas?
- Quais habilidades digitais podem ser nutridas e desenvolvidas entre os profissionais existentes?
- Como recrutá-los e retê-los?
Esses são alguns dos temas que Christian Orglmeister apresentará em sua participação no HSM HR Conference, primeiro evento da empresa a focar a área de recursos humanos, com a participação de alguns dos maiores especialistas brasileiros e internacionais no tema de transformação digital e pessoas. O evento acontece em São Paulo, no dia 6 de março, no Hotel Transamerica.