Recentemente fui convidada por uma grande empresa para participar de um processo bem diferente para selecionar seus novos trainees. O meu papel era apresentar um desafio real da startup em que trabalho para que os jovens pudessem dar ideias de como o meu problema poderia ser resolvido. Trabalhar com business cases em dinâmicas não é nenhuma novidade. Mas uma grande multinacional convidar uma startup para fazer parte do processo, me pareceu bastante inovador. O resultado? Além de ter conhecido 40 finalistas de um processo que contou com mais de 12 mil inscritos, tive a oportunidade de coletar ideias de jovens incríveis e cheios de energia para contribuir. Processo concluído, jovens contratados, me peguei pensando: “ok, mas e depois?”. Como manter essa juventude engajada no ambiente de trabalho?
Coincidência ou não, essa mesma pergunta me foi feita em agosto de 2016 por uma professora de Stanford em uma oficina de design thinking. Eu e meus colegas de turma tivemos apenas uma tarde para entrevistar alguns alunos da universidade, coletar dados primários, realizar brainstorming em grupo, criar um protótipo e apresentar nossa proposta. O desafio era encontrar uma solução inovadora para resolver um problema real, que já afeta principalmente as indústrias mais tradicionais. Horas depois estávamos lá com o nosso “Work Hunt GO”, um aplicativo inspirado no “Pokemon Go”, que misturaria desafios de trabalho e realidade aumentada.
Ao invés de processos de integração e programas de desenvolvimento tradicionais para turmas de estagiários e trainees, nossa proposta era dar ao jovem a possibilidade de usar a tecnologia para: descobrir seus desafios (capturando-os com seus smartphones nas dependências da empresa), estabelecer conexões com colegas de trabalho (através da rede social corporativa), descobrir suas trilhas de aprendizados (usando uma biblioteca virtual com vídeos, textos e hiperlinks), receber feedback em tempo real (de gestores e colegas, através da plataforma), entre outras funcionalidades que o aplicativo teria.
Apesar de ter sido uma tarde divertidíssima, ninguém do grupo (nem eu) resolveu empreender essa ideia. Mas preciso confessar que, depois do convite que recebi da multinacional, o assunto voltou na minha cabeça. Vejo cada vez mais empresas usando a criatividade para atrair jovens para os seus processos seletivos mas, da porta pra dentro, ainda percebo pouca mudança em nossa forma de integrar, desenvolver e engajar a nossa juventude.
Otimista como sou, penso que a tecnologia tem tudo para nos ajudar nesse sentido. Ok que um “Pokemon Go Corporativo” ainda pareça muito distante da nossa realidade, até porque há coisas mais simples e mais baratas que podemos implementar. Por um outro lado, essa temática me faz pensar sobre o papel do RH na nova era digital e como faremos para nos reinventar, sem perder a nossa essência humana.
Ainda bem que, de olho nas novas tendências, a HSM já está pronta para nos ajudar com essa discussão. Em 06 de março de 2018 será realizado o HR Conference, evento que reunirá em São Paulo líderes que buscam catalisar o crescimento de suas empresas ressignificando o papel do RH na era digital.
Te vejo lá?
Gabrielle Teco, Head de Vendas, Marketing e RH na Gesto Saúde e Tecnologia
Jornalista de formação e curiosa por convicção, escrevo e palestro sobre coisas que me interessam. Técnica em nutrição, pós graduada em marketing, trabalhei por quase 10 anos em startup, passei pelas melhores universidades do país e já vivi uma experiência incrível em Stanford. Este ano assumi novos desafios na Gesto, uma scale-up com o selo Endeavor, e estou amando trabalhar por um propósito incrível: trazer sustentabilidade para o setor privado de saúde no Brasil!