Organizada pela HSM, a primeira passagem de Yuval Harari pelo Brasil deixou uma reflexão importante sobre os caminhos de uma sociedade cada vez mais impactada pela revolução de dados e algoritmos. As projeções de um futuro nem tão otimista – mas bastante realista – foram compartilhadas no palco principal da HSM Expo ’19, que aconteceu nos dias 4, 5 e 6 de novembro, em São Paulo.
Em um cenário marcado pela evolução exponencial da inteligência artificial, Harari destacou a importância da reinvenção das capacidades humanas para enfrentar os desafios dos próximos anos. “Ninguém sabe como o mundo vai estar em 2050. O ser humano precisará se reinventar a cada nova década”, afirma. Na visão de Harari, existem três pontos cruciais que devem começar a ser discutido a partir desses desdobramentos.
O retorno das guerras
Segundo o historiador, a engenhosidade humana não pode ser ofuscada por nossa capacidade de estupidez. E, neste, momento, parece existir um desequilíbrio para o lado das decisões equivocadas da balança. Em um cenário onde o poder de comunicação e destruição ganhou proporções inimagináveis, podemos estar a poucas decisões individuais de iniciar guerras sangrentas.
O colapso ecológico
As mudanças climáticas já são uma realidade e estão acontecendo ao nosso redor. E, sim, elas são resultado do crescimento econômico desordenado. Investir em tecnologias que não destruam o meio-ambiente deveria ser uma prioridade mundial para evitar esse colapso.
Disrupção tecnológica
Estamos falando de um movimento que já pode ser observado em todos os recortes econômicos, geográficos e culturais da sociedade. O potencial da revolução tecnológica é enorme – desde que elas usadas para expandir nossas capacidades (e não como ferramentas de controle social).
Em um futuro cada vez incerto, Harari deixa o Brasil com uma mensagem poderosa: aqueles que acham que já sabem o suficiente (ou que não têm acesso ao aprendizado) terão um papel cada vez mais na sociedade. Nesse cenário dominado pela inteligência artificial e algoritmos enviesados, o “aprender a reaprender” deverá surgir como uma mentalidade cada vez mais essencial.