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Coisa Mais Linda: uma série sobre sororidade e força feminina

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ithsm

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Coisa Mais Linda é o primeiro drama nacional de época produzido pela Netflix. A série, que se passa no final da década de 50, traz como pano de fundo a boemia do Rio de Janeiro embalada pela Bossa Nova e deixa claro desde o início que a trama vai tratar sobre força feminina e sororidade, mostrando que, apesar do passar dos anos, a luta das mulheres por direitos iguais ainda continua a mesma.

A trama conta a história de quatro mulheres que vivem diferentes realidades, mas que se juntam em momentos de crise para se dar as mãos. Mas, você deve estar se perguntando: o que isso tem a ver com o ambiente organizacional? Tudo!!!

Malu, interpretada pela atriz Maria Casadevall, é a protagonista. Pertence a uma família rica e influente de São Paulo e se muda para o Rio de Janeiro para abrir um restaurante com o marido, que já estava morando na capital carioca há algum tempo. Mas ao chegar lá, percebe que ele fugiu com uma amante e ainda levou todo o seu dinheiro.

Disposta a não desistir do sonho de montar seu próprio negócio para viver no Rio de Janeiro com seu filho – que deixou em São Paulo com os pais –, Malu acaba enfrentando muitos desafios ao decidir continuar na capital e montar um clube de bossa nova, ao invés de um restaurante. E tudo isso sem o apoio do pai!

Em muitas cenas, a personagem expõe a realidade enfrentada pelas mulheres naquela época, ao ressaltar a dificuldade em conseguir permissão para obter uma licença de bebidas alcoólicas para o seu bar ou fazer um empréstimo bancário para abrir seu negócio. Sem contar que a ideia de ter seu próprio negócio, sendo uma mulher, era vista como uma piada para muitos, além de ser um indicativo de má reputação.

Entretanto, Malu não enfrenta todos esses obstáculos sozinha. Apesar de ser a protagonista, a série tem um jeito bonito de mostrar a importância da sororidade, não só na vida de Malu, mas também das mulheres que acabam cruzando seu caminho. Cada uma, com seus próprios traumas e problemas aprende a reconhecer a força que uma comunidade feminina pode ter e acabam se ajudando e colaborando entre si.

Em sua caminhada, Malu encontra três fortes mulheres: Adélia, Lígia e Thereza. Cada uma vive realidades completamente diferentes, mas se juntam para se apoiar. Adélia é negra, mãe solteira e trabalha desde os 8 anos de idade. Lígia vive um relacionamento abusivo que a impede de viver seu grande sonho como cantora. E Thereza luta para que seu ambiente de trabalho tenha mais presença feminina. Fica claro que, de início, não há uma amizade entre elas, mas mesmo assim, são unidas por esse laço da sororidade.

Sororidade no ambiente de trabalho

“Coisa mais Linda” é um grande ensinamento sobre sororidade, que pode ser definida como a união e a aliança entre mulheres, baseada na empatia e no companheirismo, em busca de alcançar seus objetivos em comum. É um fator essencial para vencer vieses inconscientes e preconceitos ainda instalados em algumas empresas por uma cultura machista.

É exatamente isso que acontece quando Adélia decide largar seu emprego como empregada doméstica para se tornar sócia do clube de Malu, obtendo assim a liberdade financeira que tanto almejava. Ou quando Malu incentiva Lígia a não desistir do seu sonho de ser cantora. E ainda quando Thereza luta para que a revista feminina em que trabalha tenha uma equipe com mais mulheres.

Buscar a união entre suas colegas de trabalho, mesmo em um ambiente extremamente competitivo, pode ajudar para que todas alcancem seus objetivos. Esse empoderamento feminino também pode mudar a cultura organizacional das empresas e auxiliar a combater um ambiente tóxico.

Segundo um estudo feito pela Harvard Business Review as organizações que têm o que os pesquisadores chamaram de “Cultura de Masculinidade competitiva” tendem a produzir líderes tóxicos, baixa segurança psicológica, baixo apoio ao trabalho e à família, climas sexistas, assédio e intimidação, maior esgotamento e taxas mais elevadas de doenças e depressão.

Mas apesar do nome, essa cultura não está presente só no comportamento masculino. Muitas mulheres, ainda hoje, reproduzem o mesmo discurso, na maioria das vezes sem perceber que incentivar essa competitividade é como se autossabotar.

É preciso construir um novo mindset dentro das empresas onde as mulheres aprendam a encorajar umas às outras. Essa união pode colaborar para um ambiente cada vez mais diverso, colaborativo e menos desigual.

Natália Fazenda
Área de Conteúdo da HSM

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